sexta-feira, 21 de outubro de 2011

História de Esparta Conheça a história de Esparta, cidade-estado grega, os espartanos, educação espartana, política, religião,
 cultura, sociedade, guerras com Atenas, Guerras Médicas
esparta - guerreiro
Estatueta de um Guerreiro Espartano  
Introdução 
Esparta foi uma das principais polis (cidades-estado) da Grécia Antiga. Situava-se geograficamente na região sudeste da Península do Peloponeso. Destacou-se no aspecto militar, pois foi fundada pelos dórios.

A cidade de Esparta foi fundada no século IX a C pelo povo dório que penetrou pela península em busca de terras férteis. Quatro aldeias da região da Lacônia uniram-se para formar a cidade de Esparta. A cidade cresceu nos séculos seguintes e o aumento populacional fez com que os espartanos buscassem a ampliação de seu território através de guerras. No final do século VIII aC, os espartanos conquistaram toda a planície da Lacônia. Nos anos seguintes, Esparta organizou a formação da Liga do Peloponeso, reunindo o poderio militar de várias polis da região, exceto a rival Argos.
O poder militar de Esparta foi extremamente importante nas Guerras Médicas (contra os persas). Uniu-se a Atenas e outras cidades para impedir a invasão do inimigo comum. O exército espartano foi fundamental na defesa terrestre (Atenas fez a defesa marítima) durante as batalhas. Após as Guerras Médicas, a luta pela hegemonia no território grego colocou Atenas e Esparta em posições contrárias. De 431 a 404, ocorreu a Guerra do Peloponeso entre Atenas e Esparta, que foi vencida pelos espartanos.

Sociedade Espartana

Em Esparta a sociedade era estamental, ou seja, dividida em camadas sociais onde havia pouca mobilidade. A sociedade estava composta da seguinte forma:

Esparcíatas: eram os cidadãos de Esparta. Filhos de mães e pais espartanos, haviam recebido a educação espartana. Esta camada social era composta por políticos, integrantes do exército e ricos proprietários de terras. Só os esparcíatas tinham direitos políticos.

Periecos: eram pequenos comerciantes e artesãos. Moravam na periferia da cidade e não possuíam direitos políticos. Não recebiam educação, porém tinham que combater no exército, quando convocados. Eram obrigados a pagar impostos.

Hilotas: levavam uma vida miserável, pois eram obrigados a trabalhar quase de graça nas terras dos esparcíatas. Não tinham direitos políticos e eram alvos de humilhações e massacres. Chegaram a organizar várias revoltas sociais em Esparta, combatidas com extrema violência pelo exército.

Educação Espartana

O princípio da educação espartana era formar bons soldados para abastecer o exército da polis. Com sete anos de idade o menino esparcíata era enviado pelos pais ao exército. Começava a vida de preparação militar com muitos exercícios físicos e treinamento. Com 30 anos ele se tornava um oficial e ganhava os direitos políticos. A menina espartana também passava por treinamento militar e muita atividade física para ficar saudável e gerar filhos fortes para o exército.

Política Espartana

Reis: a cidade era governada por dois reis que possuíam funções militares e religiosas. Tinham vários privilégios.

Assembléia: constituída pelos cidadãos, que se reuniam na Apella (ao ar livre) uma vez por mês para tomar decisões políticas como, por exemplo, aprovação ou rejeição de leis.

Gerúsia: formada por vinte e oito gerontes (cidadãos com mais de 60 anos) e os dois reis. Elaboram as leis da cidade que eram votadas pela Assembléia.

Éforos: formado por cinco cidadãos, tinham diversos poderes administrativos, militares, judiciais e políticos. Atuavam na política como se fossem verdadeiros chefes de governo.

Religião Espartana

Assim como em outras cidades da Grécia Antiga, em Esparta a religião era politeísta (acreditavam em vários deuses). Arqueólogos encontraram diversos templos nas ruínas de Esparta. Atena (deusa da sabedoria) era a mais cultuada na cidade

A pólis de Esparta foi fundada na região do Peloponeso, por povos de origem dória. Ao contrário do tradicional solo grego pobre que incentivava a navegação, Esparta possuía terras relativamente férteis e consequentemente isso refletia na economia espartana que era essencialmente agrícola. Durante muito tempo o uso da moeda foi proibido e as trocas eram limitadas.
Esparta
Esparta
A aristocracia presente em Esparta não era como a de Atenas, baseada na propriedade da terra, mas esta era uma aristocracia de guerreiros, controladores do poder do estado que eram descendentes dos invasores dórios e detinham a posse da terra. Já as periferias da cidade eram ocupadas pelos pequenos proprietários, denominados periecos. Quanto à cultura espartana, o objetivo desta era formar bons soldados para abastecer o exército desta e desde cedo os espartanos eram treinados para guerra.  O poder militar desta pólis absolutamente importante nas Guerras Médicas, onde unida a Atenas, buscam combater os PERSAS
ATENAS
Grécia Antiga

Localização:
País europeu, localizado entre os mares Mediterrâneo, Egeu e Jônico e que hoje se limita ao norte com a Albânia, a Iugoslávia e a Bulgária.

Apresenta duas regiões distintas: a Grécia continental e a Grécia insular, onde destacamos as ilhas de Creta, Rodes, Eubéia e Lesbos.

Período Pré – Homérico (séc. XX ao XII a.C.):
Junção de quatro povos: Eólios, Dórios, Jônios e Aqueus (primeiros a ocuparem a região).
• Aqueus (2000 a.C. e 1700 a.C.): fundadores da cidade de Micenas;
• Eólios (1700 a.C. e 1400 a.C.): ocuparam a Tessália e outras regiões;
• Jônios (1700 a.C. e 1400 a. C.): ocuparam a região da Ática, onde posteriormente fundaram a cidade-estado de Esparta;
• Dórios (a partir de 1200 a.C.): povo guerreiro, que após decadência da civilização creto-micênica, invadiu a cidade de Micenas. Posteriormente, fundaram a cidade-estado de Esparta.

Primeira Diáspora: expansionismo. Domínio de Creta pelos Dórios.


A civilização cretense:

A civilização cretense atingiu seu apogeu cultural entre os anos 2000 e 1400 a.C. A posição geográfica de Creta tornou-se um importante ponto de contato cultural e comercial entre várias civilizações, ligando Europa, Ásia e África.
A economia cretense era bastante dinâmica e diversificada. Os cretenses desenvolveram intensa atividade metalúrgica, na cerâmica, no artesanato de jóias e na indústria têxtil. A agricultura, além de abastecer as necessidades internas, era exportada para vários países. Por essa época, Creta dominava o comércio marítimo. Os cretenses importavam estanho da península Ibérica e o cobre do Chipre e exportavam seus produtos agrícolas.
Na sociedade cretense, grande parte da massa trabalhadora estava submetida a uma servidão por dívida. Entretanto, o nível de vida do homem comum em Creta era, ao que parece, superior ao nível de vida do homem comum na maioria das civilizações antigas. Poucos eram os escravos e estes tinham origem estrangeira. A mulher tinha um papel tão importante quanto o homem, na vida social cretense, desempenhando várias atividades.

Os cretenses eram um povo que se dedicava muito à prática de esportes, das danças e das festas. Sua religião baseava-se principalmente no culto da Deusa-Mãe, símbolo da fertilidade, considerada geradora dos homens, das plantas e dos animais.

Período Homérico (séc. XII ao VIII a.C.):

Tem como ponto de análise as obras Ilíada (guerra de Tróia e invasões dóricas) e Odisséia (relata as viagens de Ulisses), cuja autoria é atribuída ao poeta Homero.
A sociedade era organizada através dos Genos (grupos familiares, que adoravam um antepassado e desenvolviam trabalho agropastoril de subsistência).
Com o tempo, ocorreram mudanças na estrutura interna dos genos promovendo uma divisão desigual das terras, o que antes não existia, pois as terras eram utilizadas por todos de forma igualitária.

Essa divisão das terras provocou uma estratificação social (surgimento de classes sociais):
• Eupátridas (bem-nascidos): possuíam as melhores terras - elite;
• Georgóis (agricultores): ficaram com o restante da terra, e desenvolviam comércio marítimo;
• Thetas (marginalizados): não possuíam terras.

Os conflitos e tensões sociais que ocorreram na Grécia Continental ocasional a Segunda Diáspora (dispersão do povo grego). A desagregação do sistema gentílico deu origem às cidades-Estado gregas, como Corinto, Tebas, Mileto e, as principais, Atenas e Esparta.

Período Arcaico (séc. VII ao Vi a.C.):


 Formação das cidades-Estado (polis): os aristocratas, a fim de protegerem suas propriedades, começaram a se unir formando as fratrias (irmandades), que eram um conjunto de genos. Pelas mesmas razões de proteção, as fratrias se uniram formando tribos. A união de várias tribos deu origem à polis (cidade-estado grega).

A polis era composta por:
• a crópole: templo construído numa elevação do terreno;
• a Ágora: praça central, onde se reuniam os habitantes da cidade;e
• o Asty: mercado, onde se faziam trocas.
A polis também abrangia as terras e as campos vizinhos, onde se explorava o trabalho dos escravos e dos camponeses pobres.

Esparta:

Situa-se na região da Lacônia, a sudeste da península do Peloponeso, num vale de terras férteis, que facilitou a predominância da agricultura, cercado por altas montanhas que dificultam a passagem. Foi fundada pelos Dórios no século IX a.C., que expulsaram os antigos habitantes, as Aqueus, transformando-os em escravos (hilotas). Esparta era extremamente militarista, e a educação visava à formação de guerreiros.


O governo espartano:

Com o tempo, Esparta assumiu uma rígida organização social, política e econômica.
Segundo a lenda, a Constituição espartana, a Grande Retra, foi obra do legislador Licurgo, que teria consultado o deus Apolo para criá-la. Segundo a Grande Retra, o governo espartano era dividido em:
• Diarquia: dois reis com funções religiosas e militares;
• Gerúsia: Conselho de anciãos composta por cidadãos com mais de 60 anos;
• Apela: Assembléia, convocada pela Gerúsia e podia aprovar ou desaprovar leis.

A sociedade:

• Espartanos: classe social dominante;
• Periecos: descendentes de antigos aqueus;
• Hilotas: escravos.

Atenas:

Situada na península do mar Egeu (Ática), Atenas surgiu da junção de tradições aquéias, eólias e jônias. Sua região pouco propícia para a agricultura, fez com que sua economia, baseava-se na produção de azeite e vinho, e no comércio marítimo.

No início do Período Arcaico, a civilização ateniense dividia-se em:
• Eupátridas: nobres;
• Georgóis: pequenos proprietários de terras;
• Demiurgos: trabalhadores livres;
• Thetas: camadas urbanas marginalizadas;
• Metecos: estrangeiros.

As revoltas sociais:

Devido ao alto grau de exploração sofrida, as massas urbana e rural se revoltaram contra a aristocracia.
• Drácon: por volta de 620 a.C., o legislador Drácon, codificou as leis orais e passou o controle da justiça para o Estado. Mesmo tornando as leis públicas e aplicáveis a todos, o Código de Drácon não conseguiu resolver o problema sociopolítico.
• Sólon: em 594 a.C., o legislador Sólon proibiu a escravidão por dívidas e unificou pesos e medidas, favorecendo o desenvolvimento do comércio e enfraquecendo o poder dos eupátridas. Criou, também, o Conselho dos Quatrocentos (Bulé), composto por cidadãos com mais de 30 anos.
• Clístenes: deu a Bulé função administrativa e preparação de projetos de lei submetidos à Assembléia Popular (Eclésia), que se transformou no órgão mais importante de Atenas.

Surgia a democracia ateniense, ou governo dos demos.

 Período Clássico (séc. V e IV a.C.):

Período de guerras internas e por disputa de territórios.
• Guerras médicas: no início do século, os gregos tiveram que enfrentar uma invasão persa, cujo império chegou a estender da Ásia Menor ao mar Egeu, que tentaram tomar as áreas de colonização gregas na Ásia Menor.
• Confederação de Delos: liga de cidades lideradas por Atenas para combater a invasão persa.
• Guerra do Peloponeso: articulação de polis, organizadas por Esparta, que se opunham a Confederação de Delos.


 Período Helenístico (séc. IV a.C.):

O Período Helenístico vai desde as conquistas de Alexandre, o Grande, ao domínio romano na Grécia. Isso porque os gregos costumavam se chamar de “helenos”, pois acreditavam ser descendentes de Heleno, filho de Decalião (rei da Tessália, que Zeus salvou de um dilúvio que destruiu a humanidade).


 Cultura grega:

Religião:

A religião era politeísta e antropozoomórfica. Os Deuses tinham forma, virtude e direitos humanos. A única diferença era a imortalidade. Eles habitavam o Monte Olimpo, liderado por Zeus. Todas as cidades gregas possuíam templos, onde as divindades locais e nacionais eram cultuadas.



Literatura:

A poesia épica foi a primeira expressão literária entra os gregos. Nela destacamos Homero, autor de Ilíada (guerra de Tróia) e Odisséia (viagem de Ulisses – Odisseu); e Hesíodo autor de Os trabalhos e os dias (reflexão sobre a situação atual dos pequenos proprietários da Ática e a agricultura) e Teogonia (genealogia dos Deuses e descreve a origem do mundo). Também podem ser vistas poesia lírica (Safo – poetisa de Lesbos, Píndaro e Anacreonte). Todavia, a expressão maior foi o teatro com os gêneros tragédia (Ésquilo, o pai da tragédia, com Os persas e Sete contra Tebas) e a comédia (Aristófanes, com As rãs, As vespas e Lisístrada).


Artes:

As maiores expressões artísticas dos gregos foram a escultura e a arquitetura.

Na escultura destacamos Fídias, autor de obras como a estátua de Zeus no templo de Olímpia e a de Atenas, no Pártenon em Atenas.



A arquitetura se destaca na construção dos templos e apresenta três estilos diferentes:

História de AtenasCivilização e sociedade ateniense, deusa Atenas, Guerra do Peloponeso, Atenas e Esparta, democracia ateniense, teatro grego, arte ateniense, filosofia.
acrópole de atenasPor volta dos anos 500 e 400 AC, esta cidade, fundada há mais de 3.000 anos, era a mais próspera da Grécia Antiga e possuía um poderoso líder:Péricles. Nesta fase, a divisão hierárquica seguia a seguinte ordem: nobres, homens livres e uma grande quantidade de escravos que realizavam trabalhos como mercadores, carpinteiros, professores e marceneiros.
História e características sociais, políticas e econômicas 
Por ser uma cidade bem sucedida e comercial, Atenas despertou a cobiça de muitas cidades gregas. Esparta se uniu a outras cidades gregas para atacar Atenas. A Guerra do Peloponeso (431 a 404 a.C.) durou 27 anos e Esparta venceu, tomando a capital grega para si, que, a propósito, continuou riquíssima culturalmente.  
Alguns dos maiores nomes do mundo viveram nesta região repleta de escritores, pensadores e escultores, entre eles estão: os autores de peças de teatro ÉsquiloSófoclesEurípedes e Aristófanes e também os grandes filósofos Platão e Sócrates
Atenas destacou-se muito pela preocupação com o desenvolvimento artístico e cultural de seu povo, desenvolvendo uma civilização de forte brilho intelectual. Na arquitetura, destacam-se os lindos templos erguidos em homenagens aos deuses, principalmente a deusa Atena, protetora da cidade. 
democracia ateniense privilegiava apenas seus cidadãos (homens livres, nascidos em Atenas e maiores de idade) com o direito de participar ativamente da Assembléia e também de fazer a magistratura. No caso dos estrangeiros, estes, além de não terem os mesmos direitos, eram obrigados a pagar impostos e prestar serviços militares. 
Hoje em dia, Atenas tem mais de dois milhões e meio de habitantes, e, embora tenha inúmeras construções modernas, continua com suas ruínas que remetem aos memoráveis tempos antigos. A cidade é um dos principais pontos turísticos da Europa.
Acrópole de Atenas e o Partenon

UMA CIVILIZAÇÃO QUE MARCOU NA HISTORIA

               GRECIA ANTIGA 


História da Grécia Antiga
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teatro grego - cultura grega e história

A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de 2000 AC. Formou-se após a migração de tribos nômades de origem indo-européia, como, por exemplo, aqueusjônioseólios e dórios. As pólis (cidades-estado), forma que caracteriza a vida política dos gregos, surgiram por volta do século VIII a.C. As duas pólis mais importantes da Grécia foram: Esparta e Atenas.
mapa da grécia antiga
Mapa da Grécia (clique nele para ampliar)
Expansão do povo grego (diáspora) 
Por volta dos séculos VII a.C e V a.C. acontecem várias migrações de povos gregos a vários pontos do Mar Mediterrâneo, como conseqüência  do grande crescimento populacional, dos conflitos internos e da necessidade de novos territórios para a prática da agricultura. Na região da Trácia, os gregos fundam colônias, na parte sul da Península Itálica e na região da Ásia Menor (Turquia atual). Os conflitos e desentendimentos entre as colônias da Ásia Menor e o Império Persa ocasiona as famosas Guerras Médicas (492 a.C. a 448 a.C.), onde os gregos saem vitoriosos.
Esparta e Atenas envolvem-se na Guerra do Peloponeso (431 a.C. a 404 a.C.), vencida por Esparta. No ano de 359 a.C., as pólis gregas são dominadas e controladas pelos Macedônios. 
Economia da Grécia Antiga 
A economia dos gregos baseava-se no cultivo de oliveiras, trigo e vinhedos. O artesanato grego, com destaque para a cerâmica, teve grande a aceitação no Mar Mediterrâneo. As ânforas gregas transportavam vinhos, azeites e perfumes para os quatro cantos da península. Com o comércio marítimo os gregos alcançaram grande desenvolvimento, chegando até mesmo a cunhar moedas de metal. Os escravos, devedores ou prisioneiros de guerras foram utilizados como mão-de-obra na Grécia. Cada cidade-estado tinha sua própria forma político-administrativa, organização social e deuses protetores.
Cultura e religião 
Foi na Grécia Antiga, na cidade de Olímpia, que surgiram os Jogos Olímpicos em homenagem aos deuses. Os gregos também desenvolveram uma rica mitologia. Até os dias de hoje a mitologia grega é referência para estudos e livros. A filosofia também atingiu um desenvolvimento surpreendente, principalmente em Atenas, no século V ( Período Clássico da Grécia). Platão e Sócrates são os filósofos mais conhecidos deste período.
A dramaturgia grega também pode ser destacada. Quase todas as cidades gregas possuíam anfiteatros, onde os atores apresentavam peças dramáticas ou comédias, usando máscaras. Poesia, a história , artes plásticas e a arquitetura foram muito importantes na cultura grega.
A religião politeísta grega era marcada por uma forte marca humanista. Os deuses possuíam características humanas e de deuses. Os heróis gregos(semi-deuses) eram os filhos de deuses com mortais. Zeus, deus dos deuses, comandava todos os demais do topo do monte Olimpo. Podemos destacar outros deuses gregos : Atena (deusa das artes), Apolo (deus do Sol), Ártemis (deusa da caça e protetora das cidades), Afrodite (deusa do amor, do sexo e da beleza corporal), Démeter (deusa das colheitas), Hermes (mensageiro dos deuses) entre outros. A mitologia grega também era muito importante na vida desta civilização, pois através dos mitos e lendas os gregos transmitiam mensagens e ensinamentos importantes.
Os gregos costumavam também consultar os deuses no oráculo de Delfos. Acreditavam que neste local sagrado, os deuses ficavam orientando sobre questões importantes da vida cotidiana e desvendando os fatos que poderiam acontecer no futuro.
Na arquitetura, os gregos ergueram palácios, templos e acrópoles de mármore no topo de montanhas. As decisões políticas, principalmente em Atenas, cidade onde surgiu a democracia grega, eram tomadas na Ágora (espaço público de debate político). 
                                                                    
                                                                                 

Numa primavera grega, floresce a poesia

Para o escritor argentino Jorge Luis Borges, não há como dar à poesia uma definição precisa, “tal como não podemos definir o gosto do café, a cor vermelha ou amarela nem o significado da raiva, do amor, do ódio, do pôr-do-sol ou do nosso amor pela pátria. Essas coisas estão tão entranhadas em nós que só podem ser expressas por aqueles símbolos comuns que partilhamos. Por que precisaríamos então de outras palavras?”
Grécia
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É da Grécia antiga o primeiro registro oficial da poesia
Sem perder tempo tentando definir ou rotular a experiência poética, podemos olhar para o caminho percorrido pela poesia ao longo da história, uma trajetória que revela muito sobre os percursos da própria civilização. Reconstituir as origens da poesia é um trabalho quase arqueológico, já que, acredita-se, suas raízes se encontram na pré-história, no período compreendido entre 3.000 e 3.500 a.C., quando o homem confeccionava utensílios e armas de cobre.
Mas o primeiro registro oficial que se tem de poesia, como expressão artística, remete à primavera de 534 a.C, na Grécia antiga, quando são encenadas as primeiras tragédias em Atenas, no Festival de Dionísio. Antes disso, a poesia era parte das tradições dos povos antigos em suas reuniões diante dos oráculos, sempre no início de cada primavera, quando cantavam, dançavam, gritavam seus lamentos durante rituais em que uma sacerdotisa declamava suas profecias. Nesses rituais pagãos, a dança, o canto e a poesia oral eram as formas que os homens adotavam para se aproximar dos deuses e tentar, por meio da linguagem poética - considerada pura e livre dos vícios da fala cotidiana -, compreender os fenômenos da natureza, os desígnios divinos, a vida e a morte.
Os maiores poemas épicos (épica, do grego epos – canto ou narrativa) da Grécia antiga são a "Ilíada" e a "Odisséia", de Homero, poeta que supõe-se ter vivido nos anos 700 a.C. Cego, ele cantava seus poemas na corte, para reis e nobres. Tanto a "Ilíada" quanto a "Odisséia" codificam todos os grandes mitos gregos, narrando feitos heróicos em tom eloqüente, adequado à fala em voz alta. Na tradição clássica, não somente Homero, mas também Ésquilo, Sófocles, Eurípides e todos os poetas do período cantavam ou declamavam seus poemas em público, em performances que atraíam um grande número de pessoas e emocionavam as platéias com o ritmo musical dos versos e a exposição de temas mitológicos, voltados para as profundas questões humanas.
Esse caráter performático da poesia gerou a dramaturgia, o teatro, quando, além do próprio poeta declamando seu texto, passam a dividir a cena outros atores, mascarados, que enriqueciam a apresentação dos textos poéticos por meio da interpretação.
Com a adoção da lira no acompanhamento musical das performances de poesia épica, nasce a poesia lírica, dando espaço ao surgimento de novas variedades poéticas, como as canções, as odes, os epitáfios, as baladas, as elegias e outras formas que dariam origem, posteriormente, ao soneto e ao madrigal. Um dos traços inovadores da poesia lírica, em relação à épica, é a maior liberdade que o poeta tem na definição do número de sílabas dos versos.
A primeira poetisa de que se tem notícia é Safo (séc. 6 a.C.), cuja obra, dedicada às musas, apresenta características líricas e compreende odes, elegias, hinos e epitalâmios. Outros poetas conhecidos da antigüidade clássica são Píndaro, um dos primeiros grandes autores de odes, e Simônides de Ceos, que dedicou-se principalmente aos epitáfios, poemas criados como forma de homenagem aos heróis mortos.
Da poesia lírica derivam também a poesia bucólica, cujo maior representante é Teócrito (séc. 3 a.C.), e a poesia dramática, uma fusão da lírica e da épica (as narrativas são épicas, ou seja, objetivas, mas os narradores são líricos, atores de suas próprias emoções), que encontra em Eurípedes, Ésquilo e Sófocles suas grandes expressões.
A cultura grega foi o modelo primordial seguido pelos romanos no desenvolvimento da arte latina. Como expoentes da poesia latina na Antigüidade, podemos citar Virgílio, consagrado pela autoria da “Eneida”, grande poema épico; Ovídio, poeta de “As Metamorfoses”, poema com traços épicos e líricos; além de Horácio, Pérsio e Juvenal, que dedicaram-se a outro importante estilo poético da época, a sátira.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Os índios hoje.


Quantos indígenas existem no Brasil?
Fontes: Instituto Socioambiental / IBGE - Censo 2000
• Mais de 80 etnias foram extintas;• Na década de 1990, a população indígena cresceu quase seis vezes mais que a população brasileira em geral. Mas, segundo o IBGE, isso não indica necessariamente que os índios estejam vivendo mais e melhor. O aumento pode ter ocorrido por causa da migração de povos de outros países ou pelo fato de os índios, que antes tinham medo ou vergonha de assumir sua etnia, terem passado a valorizá-la;
• A Funai, ao contrário do que diz o censo do IBGE (de onde saíram os dados acima), afirma que há 400 mil indígenas no Brasil. Para Maria Izaura Vieira, que trabalha como enfermeira em tribos de índios e é integrante do Conselho Indigenista Missionário — CIMI —, essa diferença de números pode estar ligada a um problema que ela conheceu no Mato Grosso do Sul (MS): a falta do registro de crianças pela Funai. “Há milhares de seres ‘inexistentes’ naquele estado! Há crianças que não podem freqüentar a escola porque não foram registradas. Só que a Funai tem postos em praticamente todas as aldeias. Até hoje, não consigo entender por que isso acontece”, denuncia.

Faltam terras
No início de 2005, jornais de todo o mundo trouxeram à tona um problema gravíssimo constatado no Mato Grosso do Sul, onde se encontra a segunda maior concentração indígena do país: as crianças guarani-kaiowá da região de Dourados estavam morrendo de fome. Os noticiários seguiram tratando do problema por mais seis meses e, hoje, não tocam mais no assunto. Isso quer dizer que o problema acabou? E como a situação chegou a esse ponto?
“As mortes não acabaram, apenas deixaram de ser do interesse da imprensa”, alerta o professor Antonio Brand, que coordena o Programa Guarani-Kaiowá, da Universidade Católica Dom Bosco, do Mato Grosso do Sul. A desnutrição é uma constante na região e está ligada à falta de terras. O índio precisa de espaço para produzir seu próprio alimento e preservar seus ritos e hábitos, como sempre fez, desde antes da chegada dos europeus.
Maria Izaura, do Cimi, explica que isso acontece porque as terras dos índios estão sendo tomadas por grandes fazendeiros. “No Mato Grosso do Sul, quem manda é a ‘pata do gado’. Estima-se que cada boi tenha para si um mínimo de 3 mil hectares de terra”. E o povo guarani-kaiowá de Dourados concentra 2 mil famílias em apenas 3.500 hectares. Essa tribo tem os maiores índices de desnutrição e mortalidade infantil entre os índios no Brasil. “A invasão das terras começou na época da produção da erva-mate. Depois, veio a pecuária e, agora, nos últimos anos, a soja. Do norte do estado até o Paraguai, só vemos grandes propriedades. Não há terras para os índios e os pequenos produtores rurais. Nunca vi tanta miséria”.
Renato Matos diz que a situação é parecida na região de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Ele, que é um dos líderes da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), conta que, mesmo lá, a terra, embora abundante, nem sempre é fértil o suficiente. “Então, de vez em quando, é preciso fazer um novo roçado, enquanto o terreno antigo descansa, o que pode levar de oito a dez anos”.
Aos 29 anos resolveu trocar o emprego e a vida na cidade pela selva. Orlando Villas-Bôas dedicou grande parte de sua vida à defesa dos povos da selva.
Era o mais velho e último dos irmãos Villas-Bôas - Cláudio, Leonardo e Álvaro. Com Cláudio e Leonardo, Orlando fez o reconhecimento de numerosos acidentes geográficos do Brasil central. Em suas andanças, os irmãos abriram mais de 1.500 quilômetros de picadas na mata virgem, onde surgiram vilas e cidades. Foi indicado duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz, com Cláudio, em 1971 e, em 1976, pelo resgate das tribos xinguanas.
Os irmãos lideraram a Expedição Roncador-Xingu, iniciada em 1943 e que depois de 24 anos deixou em seu rastro mais de 40 novas cidades, 19 campos de pouso e o Parque Nacional do Xingu, criado por lei em 1961, com a ajuda do antropólogo Darcy Ribeiro. Na expedição, Orlando, Cláudio, Leonardo e Álvaro mapearam os seus encontros com catorze tribos indígenas, conseguindo permissão tácita para instalar as bases da Fundação Brasil Central. Cuidadosos, eles souberam agir contra ideias militaristas ou contra a ação de especuladores.
Crítico da influência do homem branco, Orlando destacava que 400 anos depois do início da colonização europeia, cada uma das tribos assentadas às margens do Xingu mantinha sua própria cultura e identidade.
Orlando e seus irmãos ajudaram a consolidar o Parque Indígena do Xingu com o apoio do marechal Rondon, de Darci Ribeiro e do sanitaristaNoel Nutels. Orlando chegou, em 1961, a administrar o Parque, onde hoje vivem cerca de cinco mil e quinhentos índios de catorze etnias diferentes.
Publicou catorze livros. Algumas das aventuras da expedição Roncador-Xingu foram contadas em "A marcha para o Oeste", escrito com Cláudio. Já no fim da vida, Orlando começou a escrever uma autobiografia lançada após seu falecimento.
Foi demitido da Funai, órgão que ajudou a criar, em fevereiro de 2000 pelo seu então presidente, Carlos Marés de Souza. A demissão causou revolta da opinião pública e retratação formal do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Morreu aos 88 anos, em 2002, no Hospital Albert Einstein, na capital paulista, por falência múltipla dos órgãos.